Tuesday, August 21, 2007

Depoimento da Carol


Pq tive 1000 motivos pra parar e 1 pra continuar..


E o de continuar é o maior - AMOR

Sofri muito desde o começo. Minha filha nao pegava no peito pq acostumou com o bicão d mamadeira que deram nos 2 primeiros dias dela no hospital. Além do meu leite só ter chegado no 4 dia, meu bico não era possível dela pegar. Não tinha bico.
Comecei a usar a concha no 2 dia que ela nasceu pra ver se melhorava o bico mas nada.
Fiquei quebrando a cabeça pra conseguir uma maneira de ela pegar no meu peito, aí botei o bico de silicone - horrível, escorregava tudo - porém ela pegava, mas muito na pontinha. E não saía NADA de leite, e o peito GIGANTE, como nunca.

O peito crescia sem parar e não saía leite nenhum, depois de uma enfermeira ter literalmente TORCIDO o bico do meu peito alegando que tinha que botá-lo pra fora, a dor era insuportável, como giletes cortando o bico do peito.. Ainda mais que a Ariel só pegava na pontinha, eu aind usava o bico de silicone.

O peito só enchia, não esvaziava, TODOS 'ordenharam' sem sucesso, médico e médica, pediatra, enfermeira, a moça do teste do pezinho, meu marido, e nada.

Tive 40 graus de febre - mastite..

RESUMINDO: só depois que li e reli sobre o assunto, tanto no Aleitamento quanto no Amigas do Peito tive VONTADE de vencer tudo e amamentar, pois era mta dor.
Consegui esvaziar o peito no alto dos 40 de febre, dormindo com ele exposto e passando água GELADA - se n tivesse me informado eu passaria agua quente.
Dia seguinte acordei SEM LEITE, e sem febre. BELEZA, foi o que todos pensaram. Mas eu chorava mto a cada mamadeira que preparava. Eu queria MEU leite de volta, mesmo que a febre voltasse.

Chorava e procurava ler muito sobre o assunto pq a vontade de reverter era mto incrível.
Qdo a Ariel acordava faminta eu dava o meu peito - pequeno, mole, vazio - pra ela insistindo.. ali ficava até ela chorar muito de fome. E eu de tristeza de ter que dar, por mais um dia, o tal do nan e de dor pq o único líquido que saía do meu peito era SANGUE.
5 dias se passaram assim. E eu lendo as instruções, sem parar.
Consegui, finalmente, fazê-la pegar no

peito corretamente, sem o bico de silicone, com meu marido me ajudando, foi machucando menos, sem "dedo de tesoura", levando o bebê ao peito e não o contrário.. enfim LI MUITO, nos sites relacionados (no Sindrome de Estocolmo inclusive), e CONSEGUI O LEITE CHEGOUUUUUU \o/

Dá até vontade de chorarrr, a Felicidadeeeee da Vida=D
A Pediatra ainda falou que no meu caso mesmo se eu conseguisse fazer o leite Voltar de novo eu só ia conseguir Amamentar durante uns 2 meses, tem alguns estudos que mostram isso com mulheres que tiveram mastite, enfim.. Mas apesar de ter ficado triste com essa possibilidade na hora, qdo cheguei em casa botei na cabeça o contrário, e hoje tô aqui CONTRARIANDO AS ESTATÍSTICAS. =]

Depois disso a Ariel passou a "se afogar" no meu leite, e eu ainda guardei no congelador pra doação.

Ainda hoje, com 1 ano e 6 meses ela não fica sem o mamá, como na foto, se pendura toda e pula correndo no meu colo quando eu chamo ela pra mamar!! Mesmo quando ela não quer, só pelo carinho ela vem.
Muito AMOR, é a definição correta para AMAMENTAÇÃO.

Carol Bonates
Rio de Janeiro/RJ

Tuesday, August 07, 2007

Depoimento de Vera Lucia




Amamentei minha primeira filha, hoje com 10 anos, durante 2 anos e meio. Hoje estou revivendo esse prazer: tenho outra filha com 10 meses que ainda mama! As duas mamaram exclusivamente no peito até o 6º mês. Beijo a todas as mães que fazem essa doação de amor aos seus filhos.

Evento em Santo Amaro

Sunday, August 06, 2006

Contribuição de Marta Santos


Amamentando Gabriel.



Gabriel, hoje.


Amamentando Maria Julia


Maria Julia, hoje.

Tive de encontrar um tempinho para dizer como tenho a agradecer a Denise (amiga e madrinha) por ter amamentado meus dois filhos Gabriel (15) e Maria Julia (14). O início foi tão difícil, ele não pegva o meu bico do peito, morava em São Paulo na época, sozinha com o pai, marinheira de primeira viagem... enfim depois de exatamente 60 minutos de uma ligação de Recife pra São Paulo, Denise deu toda força e estímulo pra que eu não perdesse a força de vontade e o desejo de amamentar... obrigada, amiga, muito obrigada ... meus filhos creceram super saudáveis e lindos .

Thursday, August 03, 2006

Contribuição da Katia



Estou enviando duas fotos porque adoro as duas, tem até uma outra que gosto mais, mas não encontro ela agora. Olhem, prova que uma mulher amamentando pode ser chiquérrima é nesta foto, eu amamentando minha filha e sendo madrinha de casamento, em Montreal (Canadá), aqui, ainda continua a ser ‘anormal’ ver mulher amamentando, sobretudo em público, e em igreja.

Aqui, sou eu amamentando em casa:



Kátia
Wings: Writing, Flying and Huevos Revueltos
http://montrealswinds.blogspot.com/

Depoimento de Luiza

Amamentar. A sensação mais incrível que já experimentei. Pra mim, amamentar está para mãe e filho, como fazer amor para os enamorados. É o contato mais íntimo, só entre os dois, a entrega e a cumplicidade. Foi um dos momentos mais esperados da maternidade, e foi MARAVILHOSO!!!
O Matheus não veio para o meu seio logo que nasceu não. Foi direto pro isolamento, por uma suspeita de rubéola congenita. Enquanto eu passei o primeiro dia presa a cama com tonturas, no berçário recebeu as primeiras mamadeiras. No segundo dia, lá fui eu, insegura e ansiosa, com medo de não saber segurar, dele não pegar o peito, de não ter leite...O Matheus foi muito legal comigo. Equilibrou-se nas minhas mãos desajeitadas, abocanhou o peito mas não sugou. Ficou olhando nos meus olhos, segurando a minha mão, me acalmando. O leite não desceu, mas foi ali que eu vi que dava conta. Amamentei exclusivamente até os 6 meses, mesmo voltando a trabalhar aos 4 pq tenho a sorte de trabalhar numa empresa que tem creche e um chefe que me deu todo o apoio. Matheus mamou no peito até os 16 meses pq. senti que era hora de parar e ele largou na boa. Mas se não desse pra ir tão longe eu ia saber que fui até onde pude ir. Pq tão importante quanto alimentar, foi acarinhar. Foi naquele momento, naquele olhar, segurando aquela mãozinha pequenina que eu me senti MÃE. De verdade e para sempre.

Wednesday, August 02, 2006

Depoimento de Karin

Sempre tive o sonho de amamentar, venho de uma família que por vários motivos amamentou super pouco, durante a gravidez me preparei para amamentar. Qdo o Gui nasceu tudo foi muito fácil, ele pegou o seio direitinho (no meio da visita o quarto cheio de gente, eu totalmente despreparada), não tive bicos rachados, não senti (muita) dor. Amamentei até os 8 meses. Quando ele tinha 6 meses uma amiga minha teve bebê e a menina não conseguia mamar, conclusão amamentei a Vitória também. Foi perfeito!
Já quando o Pedro nasceu, foi tudo diferente, ele não pegou o bico direito, eu nao produzi o leite necessário, o bico rachou, doeu muito, perdeu muito peso, ficou magrinho, eu fiquei estressada/deprimida com tudo isso e tive que complementar com Nan . Até os 5 meses dei o Nan na colher para que ele não parasse de tomar o pouco leite que eu tinha. Foi muito cansativo, até porque tinha um bebê de 2 anos para olhar. Tive que ouvir muito das pessoas que eu era louca, que eu deveria dar a mamadeira logo. Mas escrevi tuuudo isso pra mostrar que nem sempre o 2º filho é mais tranqüilo, pra dizer também que quanto a saúde os dois são ótimos (quase não adoecem), e pra dizer que nem sempre é fácil amamentar, mas vale a pena cada minuto. Vale tentar sempre.

Depoimento de Márcia

Eu sempre sonhei em ter meus filhos através de parto normal e amamentá-los até pelo menos seis meses, mas não consegui. Na minha família ninguém conseguiu amamentar, as minhas duas avós, minha mãe e minhas tias não tiveram quase leite. Não sei se é algum fator genético ou puro acaso, mas comigo não foi diferente.

Eu imaginava que não seria fácil amanetar e li muito a esse respeito, preparei meus mamilos, tive algumas dificuldades no início mas nada que justificasse desistir.

Para começar eu não tinha o bico do seio formado, então eles chegavam a levar mais de meia hora até conseguir "pegar" o peito, e isso levou mais de duas semanas com cada um. É um suplício, mas tudo bem.

Depois o seio começou a rachar e doer muito. Aí usei casca de mamão, secava os peitos com secador de cabelos, passava aquele óleo Dersani e creme Massê, tudo meio alternado. Consegui resolver o problema com relativa facilidade.

Passada essa fase o meu leite começou a diminuir e o peito quase não enchia. Aí tomei o chá de amamentação da Welleda, não adiantou muito, tomei Plasil, aumentou um pouqinho a quantidade do leite mas eu ficava muito irritada, por último tomei Equilid, antidepressivo, que também aumentou um pouco a quantidade do leite mas me deixou super deprimida, eu só chorava.

Um dia o meu pai falou: "Acho engraçado que um remédio contra a depressão te deixe desse jeito, não será melhor parar?" E ele tinha toda a razão, o remédio me fez um mal terrível, então parei de tomar, o leite continuou praticamente na mesma quantidade (pouca), mas eu melhorei bastante.

Para piorar as coisas os meus dois filhos tiveram intolerância à lactose, então no período em que eu amamentei,eu não podia ingerir carne de vaca e nada que tivesse leite na sua elaboração, o que é uma restrição alimentar severa, quase tudo que é industrializado tem leite.

Resumo da história, consegui amamentar a Gabriela por três meses e o Rafa por quatro meses, a duras penas, sempre com complemento de leite de soja.

Eu sempre encarei a amamentação dos meus filhos como tendo sido um fracasso, mas agora lembrando de todas as dificuldades e da força que eu fiz para continuar dando leite, enquanto deu, me dou conta que na verdade foi uma vitória, porque consegui fazer o meu melhor.

E acho que é isso que nós mães queremos, dar para os nossos filhos o que de melhor puder ser extraído de nós.

Márcia de Sousa Gomes

Depoimento de Isabella



Essa foi a primeira vez que o Nicolas mamou! Nossa, tem 2 anos e 5 meses! Como o tempo passa depressa!

Eu me sinto uma privilegiada de o ter amamentado por 9 meses! É uma sensação indiscritível!

Valeu pela iniciativa!

Tuesday, August 01, 2006

Contribuicao de Laura Rita

DÊ DE MAMAR AO SEU FILHO

(Em literatura de Cordel)

Atenção comadres mães
Pra vocês vamos falar
Dizendo tintim por tintim
Do valor do amamentar
Leia todo este folheto
Nao deixe nada passar

Criança que mama no peito
Cresce sadia e forte
É difícil adoecer
É raro chegar a morte
Só seu leite tem este poder
Você é uma mulher de sorte

Saiba que o leite materno
Pra criança é fabricado
Vem todo dosado certo
Pra um serzinho delicado
É de fácil digestão
Evitando bucho inchado

Explico pra toda mamãe
Do mundo e do Brasil
Que no primeiro ano de vida
Seu leite tem valor mil
Pois atende às necessidades
Do organismo infantil

Contém ferro e vitaminas
Você não usa papeiro
É puro nao tem micróbios
E você nao gasta dinheiro
Também nao usa fogão
Está pronto o dia inteiro

O aleitamento materno
Enlaça dois corações
Alimenta com amor
E afasta as infecções
Do nariz, boca e garganta
Intestinos e pulmões

Tudo isso é garantido
Por suas virtudes imensas
De matar certos micróbios
Que possam causar ofenças
Como virus e bactérias
Causadores de doenças.


(autor desconhecido)

Depoimento da Barbara Ruschel





Vou colaborar mandando fotos do meu lindo mamando! Ele mamou até os 10 meses. E infelizmente ele se desmamou sozinho! Não quer mais saber do leitinho da mamãe!
E o que eu tenho a dizer sobre amamentação é: NÃO DESISTAM!! Pra mim os primeiros dias foi horrível, rachou, sangrou, caiu uns pedaços do bico, mas não desisti e ele mamou exclusivamente no peito até os seis meses e foi uns dos melhores presentes que a maternidade me trouxe: ver meu filho crescer saudável com o leite do meu peito!!!

Um beijo

Depoimento da Débora Regina



Eu sou a Debora Regina, aqui de Sampa. Quero participar! Minha comunidade no orkut, Mulheres Mamíferas, tb está à disposição.

Escrevi um poeminha, e estou enviando uma foto:

AMAMENTAR
ESTAR MÃE
NUTRIR DE AMOR
AFETO
OLHAR
AMAR MENTAR

Debora Regina
Mulher mamífera,
mãe de Pedro Gabriel (3 anos, amamentado até 1 ano e 4 meses)
e João Felipe (de 1 ano e meio, mamando até hoje...)

Beijos mamiferos!

Sandra Bueno e Rafaela



Em primeiro lugar quero parabenizar a todos pela verdadeira obra de arte que está se tornando este blog!

Amamentação pra mim é um ato transcedental, é uma coisa que flui da alma de mãe, é uma dádiva da natureza!

Obrigada pela oportunidade

Bjkk a todos

Sandra Bueno e Rafaela

Depoimento da Thais Bohm

Meninas,
aqui é a Thais de São Bernardo do Campo, mãe da Menina Aranha, que aliás continua mais aranha do que nunca, mas isso é papo para outra hora. Estou sempre por aqui mas dificilmente me manifesto devido a falta de tempo. Mas com a semana da amamentação, não pude deixar de tagarelar e será aqui mesmo, já que nao tenho mais bloguito próprio.
Eu fui mae de primeira viagem dupla, gemeas. Nascidas de 8 meses. E antes de ser mãe, eu era uma menina complexada por ter começado a usar sutiã aos 11 anos, quando os mamonitos começaram a despontar e não pararam até então. O peito era grande, não gigante, mas sempre um ponto de referencia. Sonho de consumo: plastica redutora, blusa de alcinha sem sutiã, biquini cortininha.
Quando me descobri gravida, encasquetei que já que aqueles senhores peitos tinham se instalado em mim (e não havia mandinga que os expulsassem dali), que tivessem entao uma utilidade. Que meu marido nao me ouça, já que para ele, sempre foram uteis :). E enfiei na cachola que faria o possivel para amamentar as pequeninas.
As pequenas nasceram prematuras, peso abaixo dos 3Kgs, todos já estavam a postos com chuquinhas para complementação de leite a mãos.
Foi então me apresentaram àquelas que serão eternamente parte de mim por esse mundo afora. Chegaram no meu colo com a boca aberta, e eu dopada, achando que aquilo já era um sorriso. Ah que lindo. Fui acalenta-la, mas a danada se virou e começou a sugar a minha camisola. O quê, que troço é esse. Ah tá, esqueci que agora sou mãe e que agora, as peitolas tambem podem ser auto-denominadas cozinha 24 horas. Coloquei a Luiza, que era a mais pequenina no peito. A bichinha ainda nao tinha forças para sugar, mas ficou ali, boquinha encaixada, me olhando com seu olhar de gata, me dizendo: calma mamae, deixa só eu descansar dessa aventura que foi nascer, que já já eu dou um jeito nisso aqui.
Em seguida veio a Giovanna, e essa minha gente, gamou no que viu. Não tinha nem meio dia de vida completo, mas agarrou com todas as forças e sugou, assim de cara. Para espanto geral da nação. E para espanto de mim mesma, ao ver que meu corpo era capaz de produzir leite! Eu sabia, claro, na teoria, mas ver e sentir, ao vivo e a cores, foi de pirar. Jesus amado, esse mundo é doido mesmo.
A Luiza me deu mais trabalho, nao encaixava no bico, não sugava.Fui pessoalmente ao berçario e disse as enfermeiras que nao queria que dessem nada a ela a fim de complementação(mas acho que elas davam sim) pois eu tinha ali, a Giovanna provando que era possivel. Entao seria para a Lu tambem. Com o apoio de algumas enfermeiras muito profissionais e humanas, fomos nós três para casa, com a cozinha 24 horas muito bem abastecida de leite e as usuárias com o manual de intruções completamente desvendado.
Amamentei-as somente no peito até os 06 meses. Durante esse período tive que ser surda, burra e ignorante para nao dar ouvidos a toda tropa guerrilheira que dizia que elas se desenvolveriam muito mais se eu complementasse com qualquer outra coisa. Eu produzi muito leite, ao ponto de amamenta-las, doar 3 litros por dia para o Hospital Universitario e ainda congelar um pouco para que elas continuassem consumindo depois do desmame.
Eu só queria dizer que no geral era um sensação maravilhosa essa de poder ser a fonte de saciamento de um ser. De ter o poder de acalmar, alimentar, acalentar em um único ato. Mas nao posso negar que as vezes me sentia um bicho, no mais puro ato irracional. Ainda mais quando tinha que alimentar as duas ao mesmo tempo. Tirava blusa, sutiã, me deitava na cama e ficava ali, estática, a mercê das crias. Lembrava de quando minha cadela tinha dado cria, ou de uma porca com os porquinhos...nao era uma sensação ruim, só era estranho. Naquele momento, não sentia medo, vergonha, orgulho ou qualquer outra coisa, só sabia que tinha que estar ali, disponivel. Acho que é o que o povo chama de instinto. Vai saber.
E nao posso terminar sem dizer que as peitolas continuam e hoje, eu as curto. Não porque é moda, ou tambem porque seja, mas elas definitivamente ficaram mais bonitas depois dessa experiencia. Não tão grandes, no tamanho certo (e com a aprovação mais do que importante do papai!)
Desculpem o tratado! Eu nunca apareço e quando chego, bagunço tudo, mas nao consegui me conter.
Um beijo e um cheiro a todas mamaes tao queridas!
Thais
beijocas a todas

Jane Murback e João Henrique



João hoje está completando 11 meses de muito mamá!

Alessandra Pozzi e Rafael



Eu sou Alessandra Pozzi, moro em São Carlos - SP. Tenho 32 anos e o Rafael completa 1 ano dia 08 desse mês. Pra mim, tem um quadrinho da Maitena que tem uma frase que resume o que significa este momento: "Dar de mamar é a síntese perfeita de mamãe com amar".

A amamentação e o poder das imagens: Macbeth e As vinhas da ira (Cristiane Smith)

Gostaria de falar sobre a amamentação de um ponto de vista literário, fazendo um pequeno e superficial recorte de duas fortes imagens que encontramos na literatura de língua inglesa. A titulo de isca, recorro à duas imagens emblemáticas da tragédia Macbeth (William Shakespeare, 1564-1616) e do romance As vinhas da ira (John Steinbeck, 1902-1968), ambas obras literárias canônicas das literaturas inglesa e norte-americana, respectivamente.

A primeira vem com, talvez, uma das mais poderosas e temerárias personagens femininas do cânone shakespeariano: Lady Macbeth, a esposa do protagonista que, ao incitá-lo a dar cabo ao assassinato do Rei Duncan para usurpar o trono, clama: “Unsex me here!” e confessa que não hesitaria em esmagar a cabeça de seu bebê enquanto o amamentava, fosse para dar a coroa ao marido: “I have given suck, and know/ How tender ‘tis to love the babe that milks me: / I would, while it was smiling in my face, / Have plucked my nipple from his boneless gums, / And dashed the brains out, had I so sworn as you/ Have done to this.” (I.vii.54-59) Eis, sem dúvida, uma cena fortíssima e Shakespeare demoniza a figura de Lady Macbeth usando uma das mais belas e sagradas condições da maternidade: a amamentação.


Fig 1. Ellen Terry as Lady Macbeth (John Sargent, 1889

Cabe abrir um parênteses para lembrar que a amamentação na Inglaterra elisabetana era uma prática enfaticamente recomendada pela literatura médica e religiosa, bem como pelas receitas medicinais encontradas em registros escritos pelas mulheres. Desta maneira e, talvez aqui alguns possam se surpreender, existiam manuais que tratavam meticulosamente dos cuidados para uma adequada amamentação. Diria-se, mesmo, que o interesse e o conhecimento sobre os poderes do leite materno há mais de 400 anos não ficariam muito aquém das últimas edições de livros acerca do assunto para leigos. Reconhecia-se as propriedades medicinais do lei materno não somente para os bebês mas também para vários tipos de doenças.

Lady Macbeth, muito embora seja uma mulher bela, sedutora, forte e influente até em assuntos políticos (algo atípico para a mulher da época) é, no âmago de seu ser, uma pessoa sem escrúpulos e desconstrói o arquétipo da imagem mais sagrada do acervo pictórico da representação feminina: a figura de Maria. Em termos imagísticos, Maria é a construção sócio-cultural do que temos de mais materno e santo; da mulher pura, imaculada e nutridora. Lady Macbeth, por meio de sua transgressão, incorpora, então, a figura antitética de Maria e torna-se Eva, a tentadora – aquela que expulsou a humanidade do Paraíso e a condenou a um eterno mundo de pecados, imprimindo a culpa na mulher. Lady Macbeth, tal qual Eva, com efeito, não passou impune: enlouqueceu, perdeu a ambição, o marido que amava e se suicidou.


Fig.2 - Original Sin (1467/8) Hugo van der Goes (c. 1440-1482).


John Steinbeck, a despeito de minha confessa familiaridade com Shakespeare, ganha, no momento, uma importância maior para o que gostaria de sublinhar. As vinhas da ira (1939) ilustra o período da Grande Depressão nos Estados Unidos, um período de opressão e sofrimento para centenas de milhares de trabalhadores. A situação de alguns estados acometidos pela seca, como Oklahoma, era de pura calamidade e muitos trabalhadores da lavoura decidem procurar emprego em estados férteis como a Califórnia, Washington e Oregon.

A familia dos Joads acredita no sonho da maioria e parte para a famigerada jornada da Route 66, aos poucos perdendo membros da família e ganhando muita desilusão. Como muitos, os Joads são explorados como escravos na Califórnia e passam por vários percalços.

O capítulo final do romance é potencializado com uma força religiosa imensa quando a filha dos Joads, Rose of Sharon, abandonada pelo marido e, tendo recém perdido seu bebê, lembra a Pietá. Rose of Sharon amamenta um homem debilitado pela fome e seu filho. Acompanhamos a transformacão de Rose of Sharon que passa de uma moça egoista, caprichosa e imatura para assumir um papel semelhante àquele da mãe de Cristo. Tal qual Maria, ela representa a essência da maternidade, nutrindo não somente proteção e conforto mas também o sagrado leite materno. Steinbeck fecha um dos mais famosos romances americanos que trata da infertilidade da terra e dos homens com a metáfora da mulher nutridora. Ele sublinha a idéia de que a generosidade e o sacrificio são as maiores virtudes da mulher. A mulher em As vinhas da ira é dotada de poderes religiosos e redentores.


Fig. 3 - Rest on the Flight into Egypt, 1510, pintor anônimo. Este recorrente motivo pictórico, "Maria Lactans", caiu em desuso após o século XVI e, hoje em dia, muitos religiosos consideram de "mau gosto"

A cena da amamentação em As vinhas da ira auxilia a sustentar a idéia da nação; uma nação que a despeito de passar por uma depressão jamais vista, por uma seca sem precedentes, encontra nos seios de uma mulher, a seiva da Terra Prometida, “the land of milk and honey”.

A mulher, como Simone de Beauvoir (O segundo sexo) e Virginia Woolf (Um teto todo seu) advertem, em muitas narrativas da nação (basta lembrar de Pocahontas, A letra escarlate, Iracema), ajuda escritores masculinos a veicular a idéia da “pátria-mãe”.

Shakespeare e Steinbeck criam duas mulheres caricatas e se utilizam da metáfora da amamentação para fortalecer os dois tipos mais importantes na representacão mulher: o anjo e o monstro. Lady Macbeth é a mulher que amedronta, tamanha sua força e Rose of Sharon, a mulher que se resigna perante seu destino e, baixando a cabeça, nutre um desconhecido.

Escritores homens parecem ter dificuldades em dar conta de mulheres “reais”; em outras palavras, ora as mulheres são suas musas inspiradoras, seus anjos protetores, ora são aquelas que os assombram e que os levam a perdição. Tratei, aqui, da amamentação para ilustrar como uma imagem, na literatura ajuda a cristalizar padrões e estereótipos que acabamos por considerar “normais”. Ora, convenhamos, a mulher não é nem anjo, nem monstro.

Como diriam as teóricas francesas Hélène Cixous e Luce Irigaray, quem tem maior legitimidade para falar sobre a amamentação é a “escritura feminina” (l’ecriture feminine), escrita despretenciosamente, a partir da fluída experiência feminina. E, de preferência, (e aqui a metáfora não poderia funcionar mais adequadamente!) com “tinta branca” (white ink), o leite materno.

Então leiam outros posts que descrevem a poética da amamentação a partir de vários gêneros literários: as tragédias e comédias de nossos pequenos e grandes erros, os diários de nossas mais íntimas experiências, enfim, a mais pura poesia do que há de mais sagrado e indescritível na maternidade: a amamentação.

Depoimento da Meire

Tenho uma filha de 5 meses e 24 dias, Ela nasceu em uma segunda feira de manha de parto normal e depois de muitas horas de contracoes...

Me lembro q logo depois q ela nasceu eu dormi algumas horas por causa da exaustao do parto, acordei qdo meu marido me trouxe o melhor presente da minha vida, minha filha... A primeira coisa q fiz foi coloca-la nos meus seios, depois de muitas horas q ela estava sulgando meus seios comecaram a sangrar. Pedi para alguma enfermeira me ajudar, afinal nao sabia amamentar, ela eh minha unica filha, e ninguem apareceu, ja tinha desistido de chamar qdo entra no meu quarto uma assisntente social... Paloma uma bahiana linda, um anjo que veio me ajudar moro nos EUA e nunca imaginei que uma brasileira fosse estar ali. Me deu todas a dicas de amamentacao, chamou uma pessoa especializada em lactose pra me ajudar e me deu uma pomada otima q curou as feridas em poucos dias e me ajudou a conseguir colocar minha linda Julia nos seios...

Logo q sai do hospital descobri q amamentar aqui nos EUA nao eh tarefa facil, todos os lugares que ia e amamentava a Julia me olhavam estranho, parecia um ET! Ate meu marido dizia pra eu nao amamentar em publico pois nos estavamos no pais DELES, e tinhamos q particiapar da cutura dos americanos... Dai comecei a ser mais discreta nas amamentacoes, procurava sempre um canto para amamentar me cobria toda pra que as pessoas ficassem em duvida se eu estava amamentando ou a Julia q estava dormindo, ou amamentava dentro carro. Consegui amamentar exclusivamente a Julia ate os 4.5 meses, quando tive uma crise de vesicula.

Lembro q jah tinha ido para o hospital algumas vezes com uma dor insuportavel mas nao sabia o q causava a dor, ateh q em um dia de dor resolvi ir para outro hospital onde no pronto socorro diagnosticaram pedra na vesicula. Antes de tomar qquer remedio avisei aos medicos e enfermeiros q estava amamentando para nao me darem nenhum tipo de remedio q prejudicasse isso.

Foi ai q percebi mais ainda o descaso q existe nesse pais com a amamentacao, o plantonista mandou me dar um remedio pra dor e disse pra eu nao amamentar minha filha, perguntei por qto tempo e para minha surpresa ele disse "pra sempre". Comecei a chorar incontrolavelmente, amamentar era e continua sendo a coisa q eu mais AMO fazer na vida...

Subi para o quarto e pedi pra conversar com outra pessoa e junto pedi uma bomba para retirar o leite, afinal estava amamentando um bebe de 4.5 meses exclusivamente e a livre demanda, meus seios produziam mto leite, ninguem aparecia para falar sobre o assunto amamentacao! A bomba foi trazida depois de 9.5 horas q eu tinha pedido, nunca tinha tirado leite com as maos nao cansegui fazer, nunca senti tanta dor nos seios.

Qdo o medico q ia fazer minha cirurgia chegou, expliquei q estava amamentando q o outro medico tinha dito pra eu nao amamentar nunca mais etc., ele nao deu importancia soh me disse q depois a cirurgia ia ver se eu poderia continuar amentando. Resolvi deixar na mao de Deus, pedi para o hospital de dar uma ficha com o nome de todos os medicamentos q me deram e qdo sai do hospital liguei para o pediatra da minha filha passei a ficha e ele me disse para q eu ficasse 7 dias sem a amamentar a Julia depois q eu parasse de tomar o remedio. Resumindo meu leite quase secou mesmo tirando com a bomba varias vezes por dia. Qdo voltei a amamentar meu leite nao era suficiente e tive q comecar a complementar com formula.

Hj depois de 1 mes da cirurgia tem dias q consigo dar somente o seio, tem dias q complemento com somente 100 ml em todo a dia.

Fica aqui minha indgnacao ao descaso americano com a amamentacao!!! Nao posso esqucer de dizer q depois q a Julia parou de mamar exclusivamente no peito ela "ganhou" a primeira febre.

Depoimento da Mônica

Eu nao tenho blog ou algo do genero, entao mando por aqui o meu apoio a campanha. Sou mae de 2 meninos, o mais velho mamou ate 1a e4m, qdo ele se desmamou e o mais novo com 1a e 11m ainda mama, muito bem obrigado. E mamara enquanto for bom p/ nos 2.
Isso tudo com total apoio do papai, inclusive, naqueles momentos que estou cansada de um dia de trabalho, ou mesmo quando eu pensava que meu filho nao comia porque mamava. Ele me fez ver que a amamentacao nao atrapalhava a alimentacao e o pequeno come muito bem agora que acertamos o cardapio.

Monica